Rumo a Vila Medeiros
Em 2006, por ocasião do Boteco Bohemia de São Paulo, fui convidado pelo Chef Julio Bernardo do Restaurante Sinhá para conhecer o Mocotó. Não fazia a menor idéia do que iria encontrar. Estranhei a distância mas ao mesmo tempo ficava tranquilo, pois conhecendo o Julinho, tinha certeza que ele estava me levando para um lugar nada comum, com alguma especialidade, ..., coisa boa, de Chef... Acertei em cheio !
Chegando lá, em Vila Medeiros, uma mistura de Maria da Graça com Cachambi, para quem mora no Rio, mal dei três passos no bar e encontrei o Seu Almeida, fundador da casa, e desse ponto só passei depois de beber com ele e Julinho uma Taborôa, uma Velha Motinha e uma Volúpia.
Seu Almeida, pernambucano de Mulungu, daqueles que a gente vai "proseando" e fumando um cigarrin de palha o dia inteiro, contou-me que trabalhou na roça até a véspera da viagem para SP e a única bagagem que levou foram duas camisas, uma calça e um par de calçados - "minha mala era um saco e o cadeado era o nó". "A viagem durou 8 dias, vim num ônibus caindo aos pedaços e cheguei aqui por sorte. Numa parada no Rio de Janeiro o motorista ao manobrar o ônibus derrubou o muro de uma casa e fugiu me deixando pra trás junto com alguns amigos, a sorte foi que ele enganchou num viaduto e conseguimos alcançá-lo."
Em 1973, em sociedade com dois irmãos, montou a Casa do Norte Irmãos Almeida, na Vila Aurora. Depois de 1 ano aproximadamente, montou seu próprio bar na Vila Medeiros. Foi aí que começou a história de sucesso do MOCOTÓ.
Hoje, o Seu Zé Almeida continua indo diariamente ao Mocotó, e é desse modo que ele conquista o respeito de todos. Com a firmeza de quem já passou por muitas dificuldades, inclusive fome, ele é exemplo de conduta e retidão de caráter. Mesmo assim, ele não é tratado como patrão, pois não trata ninguém como empregado. Tem por todos o cuidado que se tem por um filho, por isso, não há figura que melhor o represente, que a figura de um pai.
Se Puder Vá Durante a Semana
Em 2006, por ocasião do Boteco Bohemia de São Paulo, fui convidado pelo Chef Julio Bernardo do Restaurante Sinhá para conhecer o Mocotó. Não fazia a menor idéia do que iria encontrar. Estranhei a distância mas ao mesmo tempo ficava tranquilo, pois conhecendo o Julinho, tinha certeza que ele estava me levando para um lugar nada comum, com alguma especialidade, ..., coisa boa, de Chef... Acertei em cheio !
Chegando lá, em Vila Medeiros, uma mistura de Maria da Graça com Cachambi, para quem mora no Rio, mal dei três passos no bar e encontrei o Seu Almeida, fundador da casa, e desse ponto só passei depois de beber com ele e Julinho uma Taborôa, uma Velha Motinha e uma Volúpia.
Seu Almeida, pernambucano de Mulungu, daqueles que a gente vai "proseando" e fumando um cigarrin de palha o dia inteiro, contou-me que trabalhou na roça até a véspera da viagem para SP e a única bagagem que levou foram duas camisas, uma calça e um par de calçados - "minha mala era um saco e o cadeado era o nó". "A viagem durou 8 dias, vim num ônibus caindo aos pedaços e cheguei aqui por sorte. Numa parada no Rio de Janeiro o motorista ao manobrar o ônibus derrubou o muro de uma casa e fugiu me deixando pra trás junto com alguns amigos, a sorte foi que ele enganchou num viaduto e conseguimos alcançá-lo."
Em 1973, em sociedade com dois irmãos, montou a Casa do Norte Irmãos Almeida, na Vila Aurora. Depois de 1 ano aproximadamente, montou seu próprio bar na Vila Medeiros. Foi aí que começou a história de sucesso do MOCOTÓ.
Hoje, o Seu Zé Almeida continua indo diariamente ao Mocotó, e é desse modo que ele conquista o respeito de todos. Com a firmeza de quem já passou por muitas dificuldades, inclusive fome, ele é exemplo de conduta e retidão de caráter. Mesmo assim, ele não é tratado como patrão, pois não trata ninguém como empregado. Tem por todos o cuidado que se tem por um filho, por isso, não há figura que melhor o represente, que a figura de um pai.
Se Puder Vá Durante a Semana
Aos domingos a espera de 2 horas é normal. Numa segunda-feira, por exemplo, é possível encontrar mesas vazias para degustar um dos clássicos, o Atolado de Bode, e conversar mansamente com um dos maiores jovens talentos da gastronomia brasileira, o Chef Rodrigo Oliveira, de apenas 29 anos.
Pra começar, Rodrigo sugere chips crocantes de mandioca e torresmos quentinhos, deliciosos !!! Nesse momento recomendo uma Serra Preta ou Serra Limpa, pra homenagear o Nordeste e acompanhar os petiscos.
Não deixe de experimentar o Caldo Mocofava, uma combinação de mocotó com favada com pronunciado sabor de cominho e favas cozidas à perfeição.
Pra começar, Rodrigo sugere chips crocantes de mandioca e torresmos quentinhos, deliciosos !!! Nesse momento recomendo uma Serra Preta ou Serra Limpa, pra homenagear o Nordeste e acompanhar os petiscos.
Não deixe de experimentar o Caldo Mocofava, uma combinação de mocotó com favada com pronunciado sabor de cominho e favas cozidas à perfeição.
Pra encher o bucho, todas as opções são ótimas com destaque para o Atolado de Bode, cabrito ensopado com mandioca, servido no mini tacho...uma apresentação de Chef, com sabor e textura de comida de Chef, verdadeiramente preparada por um Chef em plena Vila Medeiros.
Pra quem gosta de sobremesa, Rodrigo tem sempre uma novidade e gosta de usar os amigos como "cobaia". Comigo foi assim com os sorvetes de caipirinha e rapadura, sendo esse último, digno de dois repetecos. Rodrigo sugere também uma degustação de doces caseiros como o de Mamão Verde, preparado pelo seu Pai. O Pudim de Tapioca com leite de coco merece ser provado também.
O Jovem, Talentoso, "Fala-Mansa" e Ousado Chef Rodrigo Oliveira
No comando do restaurante há 5 anos, Rodrigo Oliveira, paulistano de 29 anos, é o responsável pelo novo momento do Mocotó. Filho do Seu Almeida, começou cedo na lida do comércio e aos 13 anos já ajudava no armazém do pai. Lavou pratos, limpou banheiros, atendeu mesas, fez serviços de manutenção e tudo o mais que se pode fazer num restaurante.
Mas como Seu Zé queria antes de tudo ver os filhos formados, Rodrigo tratou de estudar. Não demorou muito, quando o pai viajou a Pernambuco pra cuidar da fazenda que tem lá no sertão, o menino largou a faculdade de Engenharia Ambiental e foi correr atrás do seu sonho. Muitas madrugadas adentro com pedreiros, encanadores e eletricistas e o boteco já ia se ajeitando.
Quando o fundador da casa chegou, tomou um susto. E o filho tomou uma bronca. “Pra que isso?!”, dizia o pai. Mas com a certeza de que estava no caminho correto, Rodrigo foi em frente. Andava meio aborrecido com os puxões de orelha do patrão e foi estudar Gestão Ambiental, mas claro, sem abandonar o serviço. E por ironia do destino foi lá que conheceu a Gastronomia, ficou amigo de um sujeito que cursava a faculdade. “Gastronomia?”, pensou Rodrigo, “Que será isso?”
Lendo tudo o que podia e fazendo as primeiras visitas a restaurantes, não teve dúvidas, “É isso aí, Gastronomia!”. E foi na faculdade que teve contato com as grandes cozinhas do mundo, ingredientes diferentes e novas técnicas. Pra complementar a formação, mesmo depois de ter seu restaurante bem estabelecido, foi atrás de estágios com alguns dos maiores chefs da cidade. Para conhecer melhor as origens da sua cozinha, viajou sozinho pelo Nordeste, visitando restaurantes, indo a mercados e feiras livres.
Rodrigo também decidiu sair pelo país para conhecer a fabricação de cachaça, uma de suas paixões. Em suas inúmeras viagens ele já rodou quase 30 mil quilômetros e foi se aprofundando no assunto.
Ainda assim, o chef diz que isso tudo é só o começo: “Há 5 anos, no Mocotó éramos eu e mais três pessoas, hoje somos mais de 30. Faz pouco tempo que consegui me desvencilhar das outras ocupações do restaurante e me dedicar integralmente à cozinha, meu grande desejo desde sempre. Há muito trabalho pela frente, muito o que aprender e muito a apresentar da nossa cultura”.
Ainda assim, o chef diz que isso tudo é só o começo: “Há 5 anos, no Mocotó éramos eu e mais três pessoas, hoje somos mais de 30. Faz pouco tempo que consegui me desvencilhar das outras ocupações do restaurante e me dedicar integralmente à cozinha, meu grande desejo desde sempre. Há muito trabalho pela frente, muito o que aprender e muito a apresentar da nossa cultura”.
Com a humildade e o gosto pelo trabalho herdados do pai, Rodrigo e sua comida estão conquistando o mundo. O Mocotó já é notícia em várias partes do globo e gente de todo canto vem provar suas iguarias.
Sucesso de crítica e de público, o restaurante está sempre lotado. Democraticamente, gente de todas as tribos e classes sociais divide-se entre mesas e balcão. Entre um prato e outro, uma talagada de cachaça. Em cada bocado, um tanto de saber outro tanto de amor. Esse é o sabor do Mocotó.
Nas palavras do chef, a receita do sucesso: “Temos muito orgulho do nosso trabalho e dessa repercussão toda, mas não nos deslumbramos com isso. A receita para manter uma casa por tanto tempo tem dois ingredientes principais: boa comida e hospitalidade. Mesmo parecendo simples, é algo que só se consegue com muito trabalho, sacrifício e, acima de tudo, paixão”.
Mocotó Restaurante e Cachaçaria
Segunda à quinta das 12 às 22h / Sexta e sábado das 12 às 23h
Domingo das 12 às 17h
Fone: (0xx11) 2951-3056
http://www.mocoto.com.br
Sucesso de crítica e de público, o restaurante está sempre lotado. Democraticamente, gente de todas as tribos e classes sociais divide-se entre mesas e balcão. Entre um prato e outro, uma talagada de cachaça. Em cada bocado, um tanto de saber outro tanto de amor. Esse é o sabor do Mocotó.
Nas palavras do chef, a receita do sucesso: “Temos muito orgulho do nosso trabalho e dessa repercussão toda, mas não nos deslumbramos com isso. A receita para manter uma casa por tanto tempo tem dois ingredientes principais: boa comida e hospitalidade. Mesmo parecendo simples, é algo que só se consegue com muito trabalho, sacrifício e, acima de tudo, paixão”.
Mocotó Restaurante e Cachaçaria
Segunda à quinta das 12 às 22h / Sexta e sábado das 12 às 23h
Domingo das 12 às 17h
Fone: (0xx11) 2951-3056
http://www.mocoto.com.br
meu caro,
ResponderExcluirmuito obrigado pela citação!
abraço!
Olá,
ResponderExcluiro Mocotó é um restaurante de tirar o fôlego! O que mais me encantou quando almoçamos lá (num terrível domingo super quente - ainda bem que tem uma padoca ao lado, onde pudemos esperar tomando uma cervejinha gelada!...rs) é que em 4 pessoas, conseguimos degustar o cardápio quase todo, graças às porções mini. Essa sacada é fantástica!!! Com relação aos sabores... NÃO TEM COMPARAÇÃO! E recomendo também que sejam degustados os 'aperitivos' recomendados no cardápio. Completam e harmonizam o sabor do Mocotó! Parabéns ao pai, pela perseverança e ao filho, pelo talento!!!
Julinho, sou seu fã...vc sabe disso e foi vc quem me levou lá...O Rodrigo tá cobrando sua presença lá...O Chef mandou recado pra vc !!!
ResponderExcluirLaura, querida, obrigado por comentar esse post...essa é a alegria do blotequeiro...O Mocotó é um caso a parte...A história de vida do Seu Almeida, a sua garra e perseverança transformando-se em talento puro e intelectualizado gastronômicamente no Chef Rodrigo Oliveira...Pra mim, o jovem talento da gastronomia genuinamente e regionalmente brasileira !!! Bjs e nos encontramos qq dia lá !!! Carlos Henrique Cadinha