terça-feira, 3 de maio de 2011

:: Dry Martini, polêmico e o mais clássico dos drinques ::

Uma dose de gim e cinco gotas de vermute ou
duas doses de gim e uma de vermute?
Limão ou azeitona?


A discussão sobre a receita original do Dry Martini – o drinque mais clássico e pedido do mundo – tem a idade do próprio. Teria sido inventado em 1910, no Hotel Knickerbocker, em Nova York, pelo barman John Martini, para atender a um pedido do magnata americano John D. Rockefeller, que desejava algo simples mas diferente. A partir daí, a mistura ganhou o mundo como um coquetel excitante, com sabor de viagem.


 
A polêmica sobre a sua receita original é tão grande que, em uma de suas passagens pelo célebre Harry’s Bar, de Veneza, o escritor americano Ernest Hemingway se saiu com a seguinte tirada:

“Se algum dia você vier a se perder na selva africana, nada de desespero. Sente-se sobre uma pedra e comece a preparar um Dry Martini. Eu garanto: em menos de 5 minutos vai aparecer alguém dizendo que a dosagem de gim e vermute está errada”.



E a questão não chega a ser resolvida nem no livro – isso mesmo, o drinque já mereceu um livro – do expert americano John Doxat, "Stirred, Not Shaken" (algo como mexido, nunca agitado). Doxat sugere que a proporção ideal do vermute, para uma dose de gim, é apenas a da sombra da garrafa sobre o copo – ou seja, nada de vermute. 

Outro apaixonado pelo drinque, o cineasta espanhol Luis Buñuel, registrou em seu livro de memórias "Meu Último Suspiro" sua receita favorita, que exigia poucas gotas de vermute Noilly Pratt sobre pedras de gelo, adicionando-se em seguida uma dose de gim. 

James Bond, o agente 007, degustava nos filmes uma variante da bebida, com vodca e vermute. De todo modo, algumas regras são universalmente reconhecidas. “O vermute tem de ser bem seco”, explica o expert Derivan Ferreira de Souza, sócio do restaurante Bistrô, em São Paulo, e autor do livro "Drinques de Mestre" (Editora Ática). “E nunca se deve pôr a casca do limão dentro da taça.” 



Discussões e fórmulas à parte, a preparação do coquetel, mesmo simples, é um verdadeiro ritual.

Dry Martini por Derivan Ferreira de Souza:
http://www.derivanbar.com/conteudo/Drinks/receitasdrymartini.htm



No Rio de Janeiro, excelente Dry Martini no Londra Bar, anexo ao Fasano Al Mare, Av. Vieira Souto, 80 - Ipanema - RJ